Por Bruno Hermenegildo em 2/out/2018 10:00:00
Quem se apaixona por vinhos quer logo mergulhar no seu universo e ficar por dentro de cada detalhe, da escolha assertiva do rótulo na prateleira do supermercado até a etiqueta na hora de servir e degustar a bebida. Mas calma lá! Não tenha pressa em assimilar tudo de uma hora para outra. Afinal, degustar um bom vinho é praticamente uma ciência que você vai descobrindo e desvendando aos poucos, em cada gole.
Por isso, para te dar uma mãozinha, respondemos algumas questões que geralmente vêm à tona na mente daqueles que iniciam a aventura por este mundo repleto de histórias, aromas e sabores. Confira!
1. Qual é o melhor vinho?
Essa deve ser a primeira pergunta de todos, não é mesmo? Mas não existe uma resposta única ou simples para ela. Existem diversos concursos que elegem os melhores vinhos e safras, como é o caso da competição anual promovida pela WAWWJ (Associação de Jornalistas e Escritores de Vinhos e Licores).
Mas, lembre-se: o melhor vinho é aquele que agrada ao seu paladar e isso você aprenderá apenas experimentando. Então, não se preocupe com as tecnicalidades da bebida e busque aguçar seu paladar e diversificar o seu consumo de rótulos.
2. Devo comprar um vinho pelo preço?
A variedade dos preços dos vinhos no mercado é muito grande. Há aqueles que custam apenas alguns reais até certas garrafas que valem milhares. Mas, nem sempre valores altos são sinônimos de vinhos maravilhosos. Por essa razão, ao comprar um vinho, saiba que existem muitos vinhos de preço moderado que também surpreendem e encantam.
Um grande exemplo disso é o espumante brasileiro Casa Perini Moscatel, que custa menos de R$50 reais, mas encantou o mundo e conquistou o 5º lugar no ranking de melhores vinhos da WAWWJ.
3. Em que ocasião vou beber este vinho?
Uma boa dica na hora de comprar um vinho é pensar na ocasião em que vai consumi-lo: um almoço simples durante a semana, uma reunião familiar, um jantar comemorativo. Para uma refeição casual, você pode escolher um vinho rico, mas com um preço acessível. Já eventos importantes requerem vinhos mais elaborados e sofisticados.
Na dúvida, peça sempre a opinião de um especialista. Ele tem o conhecimento para orientá-lo com os rótulos mais apropriados para diferentes ocasiões e harmonizações.
4. Guardar as garrafas na horizontal ou vertical?
Embora esse tema gere certa polêmica entre os especialistas, compartilhamos do princípio de armazenar as garrafas de vinho com rolhas de cortiça na horizontal. O contato do líquido com a rolha faz com que ela permaneça hidratada, evitando o seu ressecamento e a total oxidação da bebida, o que altera suas características e simplesmente mata o vinho.
Por outro lado, vinhos jovens que possuem rolhas sintéticas ou scraw caps (tampas de rosca), próprios para o consumo entre um e dois anos, não são prejudicados pelo armazenamento na vertical.
5. Quando o vinho precisa “respirar” ?
Deixar um vinho “respirar” nada mais é do que deixar o oxigênio entrar em contato com o líquido para acelerar seu processo de envelhecimento. Mas nem todos os vinhos precisam passar por esse processo. Vinhos jovens, encorpados e que possuem altos níveis de taninos devem respirar antes de serem degustados. Nesses casos, o processo suaviza os taninos e permite que os demais sabores e aromas da bebida possam expressar-se com mais propriedade.
Vinhos que são envelhecidos por décadas, no entanto,, têm uma estrutura mais frágil e fazê-los respirar, mesmo que seja por alguns minutos, pode pôr tudo a perder. Da mesma forma, o processo de respiração não é indicado para vinhos leves e de sabor delicado, como brancos, rosés ou espumantes.
6. Como segurar a taça?
Segurar a taça pelo fundo, com toda a mão, é um grande equívoco. Isso porque o calor transmitido pelas mãos altera a temperatura ideal do vinho, sabotando o seu sabor e o desprendimento de aromas. Portanto, segure as taças de vinhos e espumantes pelas hastes, sem medo de errar!
7. O que devo analisar na hora de degustar um vinho?
A rolha é a primeira coisa que você deve observar ao abrir uma garrafa. Você deve cheirá-la. O ato de cheirar a rolha identifica se o vinho está saudável ou bouchonné, ou seja, comprometido por fungos que atacam a cortiça e liberam uma substância química chamada tricloroanisol (TCA), que deixa o vinho com cor envelhecida e cheiro de mofo.
Em seguida, com o vinho na taça, você precisa analisar três aspectos: o visual, para verificar se o vinho está límpido e brilhante, nunca turvo; a cor, para avaliar o estágio de evolução; o cheiro, para checar a existência de aromas desagradáveis de oxidação (cheiro de vinagre), que inviabiliza o consumo. Por último, é feita a análise gustativa, para identificar o gosto, o corpo, a adstringência, a temperatura e a textura do vinho. Se tudo estiver de acordo, resta apenas apreciar!
Gostou das dicas? Qual seu nível de conhecimento sobre vinhos?
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