Por Rafaela Vidigal em 14/abr/2021 10:00:00
Michel-Jack Chasseuil. Se você ama boas dicas de vinho, guarde bem esse nome porque é impossível mergulhar no universo do vinho sem ouvir falar desse francês que é um dos maiores colecionadores da bebida do planeta.
Para você ter uma ideia, a adega de Chasseuil que fica em sua cidade natal, em La Chapelle-Batôn, no centro-oeste da França, tem mais de 40 mil rótulos e, entre eles, verdadeiras jóias.
São garrafas de vinho que todo colecionador gostaria de ter!
Eu, honestamente, acho que não tenho maturidade para entrar em uma adega dessas... rs.
Na coleção particular de Chasseuil, encontram-se rótulos raros de diversas regiões do planeta como o Porto Noval National (1931), o ucraniano Massanda Collection Madeira No 83 (1915), um Jerez de la Frontera da Cava Nelson (1805) e um Vinho de Zucco da vinícola Duc d’Aumale, da Sicília, datado de 1865.
Em diversas entrevistas dadas ao longo da vida, o colecionador não disfarça o orgulho de ser o dono de rótulos que só podem ser encontrados em sua adega.
Chasseuil começou cedo a colecionar vinhos, aos 30 anos já tinha mil rótulos e nunca mais parou de estudar, garimpar e aumentar a coleção.
Dei uma conferida em algumas entrevistas que ele deu nos últimos tempos e extraí algumas dicas desse colecionador fantástico que servem até mesmo para quem está começando uma coleção de vinhos.
Dá para nós, enófilos, aprendermos algumas coisas com esse francês que mais do que referência, é pura inspiração.
Vem ver!
Amor ao vinho em primeiro lugar
O colecionador recusou uma oferta milionária de investidores chineses pela sua adega. Para ele, a coleção não é apenas questão de recorde histórico, mas é um trabalho artístico, resultado de uma vida dedicada a esses garimpos.
Eu que circulo entre muitos amantes de vinho fervorosos, posso dizer que entendo esse sentimento. Para um colecionador apaixonado, não tem dinheiro no mundo que pague a satisfação de localizar uma preciosidade e arrematá-la para a adega.
É mais do que ter uma garrafa de bebida, é como ter um pedaço da história de uma vinícola, de uma região. Há um valor simbólico inestimável quando falamos de raridades.
É preciso proteger sua coleção
Em 2014, Chasseuil sofreu uma tentativa de assalto à mão armada. Depois disso, ele reforçou a segurança, dobrou os cuidados e passou a guardar a chave em um cofre no banco, pegando-a uma vez por mês para checar o estoque e armazenar novos rótulos adquiridos.
Ele entende que possui verdadeiros tesouros e que é preciso protegê-los. Quem costuma adquirir algumas preciosidades para a adega, sabe que é importante mantê-las em segurança.
Pensando nisso, inclusive, alguns modelos de adegas Art des Caves contam com travas e alarmes.
Os melhores rótulos ficam para ocasiões especiais
Foi em 2015 que Chasseuil e sua amiga artista e amante de vinhos, Yoko Grandsagne, ofereceram um jantar em Tóquio, que ficou conhecido como o jantar de vinho do século.
Na ocasião, foram vendidos 12 ingressos que partiram do valor de 10 mil euros e vinhos raros da coleção de Chasseuil foram servidos. Imagina a satisfação desses sortudos!? Uma noite memorável, com certeza!
E o que isso tem a ver com a gente? A lembrança de que ocasiões especiais, merecem rótulos especiais.
Mas aqui vale ponderar: não seja mesquinho com seus rótulos. Afinal, você precisa eventualmente desfrutar desta bebida dos deuses. Aproveite as oportunidades especiais para isso!
Se for abrir uma das raridades que você arrematou para a sua adega, certifique-se de o momento e as companhias estão à altura para apreciar essa preciosidade.
Aproveite!
Bom, não importa se você está dando os primeiros passos nesse mundo e escolhendo os primeiros rótulos para a sua adega.
Chasseuil é uma figura inspiradora e contagia com sua paixão genuína. Vale a pena seguir as dicas de vinho que vêm desse colecionador.
Todas essas que selecionei me parecem bem factíveis e dá para a gente praticar mesmo que ainda estejamos bem longe das 40 mil garrafas raras, infelizmente!
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