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O que você precisa saber sobre vinhos de guarda

Faz parte do senso comum a crença na expressão “vinho, quanto mais velho, melhor”. Mito ou verdade? Como o assunto hoje é sobre vinhos de guarda, esclareceremos essa e outras questões.

O certo é: vinho é uma bebida delicada e requer cuidados especiais para preservar seu sabor e todas suas sutilezas no paladar e aroma.

Por isso a importância de uma adega climatizada para guardá-lo em temperatura e posição ideais e manter suas propriedades. Mas, armazená-los por quanto tempo?

O que você precisa saber sobre vinhos de guarda

Bom, vamos começar por responder à questão inicial: não, nem todos os vinhos ficam melhores com o passar do tempo. A maioria deve ser consumida jovem, entre o terceiro e quinto anos de produção. Assim suas propriedades são aproveitadas ao máximo.

Mas há exceções, raridades que devem ser conservadas por décadas para que atinjam seu ápice. Tudo depende da concentração, acidez, taninos e a forma como eles foram produzidos.

O que diferencia vinhos de guarda dos demais?

Basicamente, o que diferencia um vinho do outro é a concentração de alguns compostos, como o tanino, responsável por aquela sensação de secura na boca.

Essas substâncias se desenvolvem com a associação de fatores como tipo da uva, método de cultivo, controle de rendimento da vinha e manipulação do enólogo.

Há processos como a micro-oxigenação, determinada por quantidades mínimas de oxigênio que entram em contato com a bebida, responsáveis por causar reações químicas e desenvolver o vinho de guarda.

Ao longo do tempo essas reações vão refinando o vinho, conferindo maior complexidade de aromas e sabores. Também sua coloração é alterada. Os brancos ganham mais cor, os tintos perdem. Esses vinhos sim se enquadram na definição de “quanto mais velhos, melhor”.

Condições climáticas e geográficas

Já deu para perceber que os vinhos de guarda não muito especiais, logo, mais raros. Não são produzidos em qualquer região.

Além dos fatores que já citamos, são determinantes posição geográfica e topografia, escolha da uva certa cuja cepa se adapta ao solo da região, entre outros. Esses elementos formam o que é classificado como “terroir”.

França

A região de Bordeaux, na França, é de onde saem os mais tradicionais vinhos de guarda do mundo. A classificação de seus produtos é complexa, mas os Grand Cru estão entre os mais cobiçados.

Geralmente os tintos são produzidos a partir da mistura de uvas, entre elas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Petit Verdot, Malbec e Carménère. Os brancos são feitos a partir das uvas Sauvignon Blanc, Semillion e Muscadelle.

Itália

A Itália também produz vinhos de guarda muito apreciados no mundo. Um dos mais conhecidos é o Barolo, do Piemonte, feitos a partir da uva Nebbiolo. Quando jovem, é uma bebida bastante concentrada, encorpada, que seca a boca. À medida que envelhece fica mais leve e ganha sabores especiais.

A mesma região produz ainda o vinho Barbaresco, também com uva Nebbiolo. Por passar menos tempo no barril até chegar à garrafa, é menos concentrado em taninos.

Na região da Toscana é produzido o vinho Brunello di Montalcino, um dos mais apreciados não só na Itália, mas em outras partes do mundo. Ele possui aromas intensos, sabor robusto, com coloração bem escura, uma espécie de rubi escuro.

Com teor de álcool ligeiramente mais elevado que os demais vinhos, o Chianti é produzido em quatro regiões da Toscana. Em sua composição predomina a uva Sangiovese (75%), combinada com Canaiolo, Trebiano Toscano e Malvasia Del Chanti.

Na mesma região, como o próprio nome sugere, são produzidos os vinhos Supertoscanos. São de extrema qualidade, seguem o estilo de Bordeaux e são feitos a partir do corte de duas ou mais uvas, incluindo as clássicas Cabernet Sauvignon e Merlot.

Portugal e Espanha

A Península Ibérica também produz alguns vinhos que podem ser armazenados por mais tempo. É o caso da maioria dos vinhos tintos portugueses, e do popular vinho do Porto. Na Espanha, os vinhos com a indicação Reserva e Gran Reserva estão entre os que resistem à guarda prolongada e aprimoram suas características.

Gostou das informações sobre os vinhos de guarda? Há mais assuntos que gostaria de ver aqui no blog? Escreva para nós nos comentários abaixo.

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Escrito por Bruno Hermenegildo

Bruno Hermenegildo é Sommelier International, formado pela FISAR (Federazione Italiana de Sommeliers), outorgado com o grau de Wine Master nas regiões do Piemonte e Toscana (Itália), graduado como Advanced pela Wine&Spirits (Londres) e também graduado em Gastronomia. Bruno é membro da Confraria dos Sommeliers de São Paulo, a mais concorrida confraria profissional do Brasil.

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