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O Guia Completo para Vinho Rosé

Com características de vinho branco, mas elaborado com uvas tintas, o vinho rosé esbanja leveza e frescor. Ele é a cara do verão! Então, que tal aproveitar a chegada das altas temperaturas para mergulhar no mundo rosado e descobrir novos aromas, sabores e texturas? Prepare-se para se render aos encantos do rosé, um vinho com características simples, mas não menos encantador!

A produção do vinho rosé

A PRODUÇÃO DO VINHO ROSÉ

Para alcançar a tonalidade peculiar do vinho rosé – que varia entre o alaranjado pálido, o rosa, o salmão e o mais vívido púrpura – a sua produção envolve um misto de processos de vinificação de uvas tintas e brancas. Há três técnicas mais utilizadas:

  1. Maceração curta: é o método mais tradicional. Inicia-se de forma semelhante à produção dos vinhos tintos, deixando o mosto em contato com as cascas das uvas por um curto período de tempo, até que a coloração desejada seja alcançada. A partir daí, o sumo segue para os tanques de decantação e, posteriormente, para os de fermentação. Em seguida, o processo de vinificação segue o mesmo utilizado na produção dos vinhos brancos;

  2. Corte: consiste em uma mescla de vinhos brancos e tintos já vinificados. Embora seja abominado pelos produtores franceses, é um método permitido e utilizado por muitos produtores em diversos países;

  3. Sangria: durante a elaboração dos vinhos tintos, uma parte do mosto (até 10%) é retirado (sangrado) do tanque antes do processo de fermentação e transferido para outro tanque para finalização do processo. Os vinhos rosés produzidos dessa forma possuem aromas e sabores mais concentrados, alto teor alcoólico e qualidade inferior quando comparado ao vinho produzido pelo método tradicional (maceração curta).

Capital mundial do rosé

CAPITAL MUNDIAL DO ROSÉ

Você sabia que Provence, na França, é considerada a capital mundial do vinho rosé? Dos cerca de 160 milhões de garrafas de vinhos produzidos na região, 88% são rosés e, destes, 75% são classificados como Appelation D'Origine Contrôleé (AOC) – o mais alto grau de classificação dos vinhos franceses. Ficou curioso? Uma excelente opção para você degustar é o Côtes de Provence Royal Saint Louis Rosé.

As uvas mais usadas

AS UVAS MAIS USADAS

Várias castas de uvas podem entrar no processo de fabricação do vinho rosé, mas as mais utilizadas são : Cabernet (Sauvignon e Franc); Carignan; Cinsault; Grenache; Malbec; Merlot; Mourvedre; Pinot Noir; Sangiovese; Syrah; Tempranillo; entre outras.

As castas Pinot Noir e Merlot, por exemplo, podem gerar vinhos varietais mais leves e claros, com tonalidades que lembram pétalas de rosa e casca de cebola. Já as Sangiovese, Malbec e Syrah dão origem a versões mais encorpadas e escuras, com cores de cereja e morango.

Consumo

CONSUMO

A grande maioria dos vinhos rosés são feitos para serem apreciados jovens, dentro de três anos a partir da data da safra, o que garante aproveitamento máximo de todo o seu potencial. Mas, claro que há exceções à regra! Portanto, fique atento a esse detalhe ao adquirir um rótulo.

Harmonização versátil

HARMONIZAÇÃO VERSÁTIL

Os vinhos rosés possuem algumas características peculiares: eles emanam a leveza, o frescor e o toque frutado dos vinhos brancos ao mesmo tempo que propagam a estrutura e a delicada adstringência dos tintos.

Não é à toa que eles são um coringa quando se trata de harmonização, já que combinam muito bem com uma grande variedade de pratos, de saladas e frutos do mar a carnes e massas.

O segredo é combinar preparos mais simples às versões mais leves e refrescantes do vinho, enquanto pratos com sabores mais complexos ou untuosos pedem versões mais encorpadas da bebida.

Temperatura baixa valoriza o frescor

TEMPERATURA BAIXA VALORIZA O FRESCOR

Para valorizar todo o frescor e a leveza dos vinhos rosés, recomenda-se que eles sejam servidos em temperaturas mais baixas, entre 8 e 12°C, deixando as mais baixas para os rosés leves como o Cinsault, Grenache, Merlot ou Pinot Noir, e as mais altas para os encorpados (Carbenet Sauvignon, Malbec, Syrah, Tempranillo).

Sirva essa bebida em taças de vinho branco, porém com o bojo preferencialmente mais largo para aproveitar melhor os seus sabores e manter seu frescor.

4 rótulos para você descobrir os rosés

4 RÓTULOS PARA VOCÊ DESCOBRIR OS ROSÉS

Agora que vocês já conhecem um pouco mais sobre os Rosados, que tal ir mais a fundo e degustar Rosés de países e estilos diferentes? Aqui eu indico 4 rótulos para começar a brincadeira:

  1. L’Opale de la Presqu’Ile de St. Tropez: direto de Provence, é um vinho rosé elegante, fresco e saboroso, com coloração que lembra casca de cebola, levemente acobreada, típica da região. Límpido e muito brilhante, possui aromas que lembram rosas, morango fresco, cereja e canela.

  2. Mateus: o vinho rosé mais vendido em Portugal é rosa e refrescante, com um ligeira efervescência, o que o torna extremamente versátil. Era o preferido de Jimmy Hendrix.

  3. Winemaker's Secret Barrels Rosé: elaborado pelo super enólogo chileno Raimundo Azócar, que tomou a decisão de nunca revelar as uvas, safras e as regiões onde são produzidas as bebidas. Interessante, não? Ficou curioso? O vinho é surpreendentemente complexo, frutado, seco, de corpo médio, com aromas delicados de romã e cereja fresca.

  4. Marie Gabi: da vinícola Routhier & Darricarrère, da Campanha Gaúcha, possui uma cor muito leve de casca de cebola, com toques cítricos e herbáceos e aromas com notas florais, de amêndoas e frutas vermelhas.

E você? Já tem o hábito de consumir vinho rosé ou vai começar agora? Tem um rótulo favorito? Conta para a gente aqui nos comentários!

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Escrito por Bruno Hermenegildo

Bruno Hermenegildo é Sommelier International, formado pela FISAR (Federazione Italiana de Sommeliers), outorgado com o grau de Wine Master nas regiões do Piemonte e Toscana (Itália), graduado como Advanced pela Wine&Spirits (Londres) e também graduado em Gastronomia. Bruno é membro da Confraria dos Sommeliers de São Paulo, a mais concorrida confraria profissional do Brasil.

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