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Por que decantar um vinho e como fazer?

Para apreciar um bom vinho basta abrir uma garrafa e servi-lo em uma bela taça, certo? Nem sempre! 

Às vezes, dependendo do vinho, você precisa deixá-lo descansar ou mesmo respirar um pouco para que ele atinja toda sua plenitude. O processo consiste em despejar o vinho em um decanter (um recipiente similar a uma jarra com base larga e abertura estreita) e aguardar de poucos minutos a algumas horas, o que também depende do tipo de vinho. Isso é o que chamamos de decantar um vinho.

Para um marinheiro de primeira viagem, decantar um vinho pode parecer algo sofisticado e envolto em mistério. Mas, no final das contas, não chega a ser tão complicado assim.

Basicamente, você precisa entender que existem dois motivos para se decantar um vinho. Um deles é a necessidade de “limpar” a bebida. Nesse caso, o decanter é usado para separar o líquido dos sedimentos que vão surgindo ao longo dos anos em vinhos mais antigos, de longa guarda. Tais resíduos são naturalmente provenientes da redução dos taninos e do álcool e costumam aparecer em vinhos mais velhos ou não filtrados.

O segundo motivo é “amaciar” vinhos mais jovens e de média guarda. Ou seja, arejar a bebida, com o objetivo de acelerar sua maturação, torna os aromas mais vibrantes, os taninos mais suaves e o álcool menos acentuado. Nesses casos, o processo também ameniza as notas da madeira e harmoniza os sabores e aromas mais complexos.

Mas quando fazer isso?

Tudo depende do tipo de vinho. Tintos jovens, vigorosos, que não passaram por madeira, ou pouco o fizeram, produzidos para serem consumidos em dois ou três anos, não precisam ser decantados, embora até possam se beneficiar da aeração por alguns minutos.

Vinhos de média guarda produzidos para serem bebidos entre cinco e oito anos de envelhecimento em garrafa, quando abertos antes desse tempo, devem respirar entre uma e duas horas. Isso vai liberar seu buquê e torná-lo mais suave e agradável ao paladar.

Mas atenção: vinhos de longa guarda, com mais de dez anos, já evoluíram bastante, chegaram ao ápice e estão prontos para consumo direto. Quando expostos ao oxigênio por muito tempo podem perder suas qualidades aromáticas e até mesmo morrer. Nesses casos, o ideal é decantar apenas para eliminar os sedimentos e servir logo em seguida.

Assim, é claro que nem todos os vinhos se beneficiam com a prática da decantação. Vinhos delicados, muito simples ou brancos leves, devem ficar bem longe do decanter. Os grandes brancos, como os Grand Crus da Borgonha, ou os licorosos ,como os Sauternes, podem ser decantados entre uma e duas horas.

Vinhos do Porto antigos, que costumam acumular as chamadas borras, precisam ser decantados obrigatoriamente. O processo também é indicado para vinhos tintos encorpados e de longa guarda, como Bordeaux, Barolo e Amarone, assim como os brancos Jura e Chablis. Mas nem pense em fazer isso com o Champagne e os espumantes.

De qualquer forma, a dica é sempre provar o vinho assim que abrir a garrafa. Faça uma avaliação. Sinta se ele está muito duro ou tânico. Preste atenção nos sabores. Se o vinho estiver muito fechado e se você demorar para notar os sabores, mais tempo ele pode ficar no decanter.

Como decantar um vinho?

Como decantar um vinho

Isso é muito simples! Se o seu objetivo é fazer o vinho respirar, basta verter o conteúdo da garrafa no decanter, colocá-lo sobre uma superfície plana e aguardar o tempo necessário.

Caso a sua intenção seja remover os sedimentos, a primeira coisa que deverá fazer é deixar a garrafa de vinho na posição vertical por quatro a cinco horas antes de abri-la. Ah, você também vai precisar de uma vela! Quando for verter o conteúdo da garrafa no decanter, posicione a vela de modo que ilumine o gargalo da garrafa.

Despeje o vinho lenta e cuidadosamente, observando com atenção o momento em que as borras começam a surgir perto do gargalo. Nesse ponto, interrompa o procedimento. Por fim, descarte o conteúdo sedimentado no fundo da garrafa e aguarde o tempo de sedimentação no decanter.

Você tem o costume de decantar um vinho ou não liga muito para a presença dos sedimentos? Tem alguma dica bacana? Compartilhe suas experiências conosco.

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Escrito por Bruno Hermenegildo

Bruno Hermenegildo é Sommelier International, formado pela FISAR (Federazione Italiana de Sommeliers), outorgado com o grau de Wine Master nas regiões do Piemonte e Toscana (Itália), graduado como Advanced pela Wine&Spirits (Londres) e também graduado em Gastronomia. Bruno é membro da Confraria dos Sommeliers de São Paulo, a mais concorrida confraria profissional do Brasil.

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