Por Rafaela Vidigal em 3/jul/2018 10:00:00
Engana-se quem pensa que a indústria dos vinhos é algo exclusivamente masculino. A bebida de Baco cada vez mais vem caindo no gosto da ala feminina. E eu não estou falando apenas de consumo! As mulheres estão arregaçando as mangas e explorando também os caminhos da produção, com garra e determinação de sobra. E essa combinação mulheres e vinhos tem dado muito certo.
Não é por menos que encontramos rótulos excepcionais provenientes de vinícolas comandadas por mulheres espalhadas por todo o globo. Confira só alguns dos nomes por trás de grandes rótulos.
Grandes mulheres e seus vinhos
1. Pauline Lhote – Domaine Chandon (Napa Valley, California)
O grande talento da francesa Pauline Lhote é criar rosés borbulhantes. Como cresceu na região de Champagne, a enóloga já trazia desde pequena o sonho de produzir espumantes. Deu certo! Pauline trabalhou em famosos centros vinícolas na França, como Moët & Chandon e na Nicolas Feuillatte, antes de seguir para a Domaine Chandon, em Napa Valley, em 2006.
Experimente: Domaine Chandon NV Sparkling Red
2. Elena Walch – Elena Walch (Alto Adige, Itália)
A coproprietária da vinícola Elena Walch faz parte da quarta geração da família Walch a administrar os vinhedos italianos de Alto Adige. Ao lado das filhas, Karoline e Julia, a italiana revolucionou a reputação de seus vinhos. A nova geração está seguindo essa mesma linha, acrescentaram seus toques pessoais ao negócio matriarcal, incluindo recursos de última geração e um fascinante projeto de envelhecimento.
Experimente: Elena Walch Vigna Gewürztraminer Vigna Kastelaz
3. Susana Balbo – Dominio Del Plata (Mendoza, Argentina)
Primeira enóloga e produtora da Argentina, Susana Balbo é reconhecida como uma das “10 Mulheres Mais Influentes do Vinho” pela The Drinks Business. Ela também é conhecida como a “Rainha dos Torrontes”, por ter um estilo próprio e inovador de elaborar a casta de uva nativa argentina. Sua inspiração para a criação da Dominio Del Plata – também chamada Susan Balbo Wines – veio das vinícolas sul-africanas.
Experimente: Nosotros Susana Balbo Single Vineyard Nomade 2012
4. Trizanne Barnard – Trizanne Signature Wines (África do Sul)
Viticultora e enóloga sul-africana que, depois de trabalhar em vinícolas na Austrália, na França e em Portugal, resolveu voltar para casa na África do Sul. A diversidade é a base de sua filosofia de produção de vinhos. Ela está sempre à procura de frescores, singularidades e contrastes, encontrados nos vinhedos de Sauvignon Blanc e Semillon, em Elim, assim como nos de Syrah e Grenache, em Swartland.
Experimente: TSW Sauvignon Blanc 2017
5. Laura Catena – Catena Zapata (Mendoza, Argentina)
Formada em biologia em medicina pelas universidades de Harvard e Stanford, respectivamente, Laura Catena é a filha mais velha do pioneiro vinicultor argentino Nícolas Catena. Seu currículo é surpreendente: ela é diretora-geral da vinícola do pai, a Catena Zapata; tem sua própria vinícola, a Luca; criou o centro de pesquisa Catena Wine Institute; escreveu dois livros sobre o vinho argentino. Achou pouco? Ela ainda divide seu tempo entre a direção das vinícolas na Argentina e a prática da medicina nos Estados Unidos, onde mora com o marido e três filhos.
Experimente: Catena Zapata Adrianna Vineyard Malbec Terrae 2011
6. Sophie Conte – Fattoria Tregole (Castellina, Itália)
Tregole, um vinhedo perfeito na região de Chianti, na Toscana, é o lar de Sophie Conte, que seguiu os passos do pai para produzir vinho italiano orgânico. Tradição é a palavra-chave da vinícola, que trabalha quase que exclusivamente com a uva Sangiovese. Seus vinhos são resultado de uma cuidadosa seleção manual das uvas e de um processo tradicional de produção.
Experimente: Chianti Classico Le Pigole DOCG 2015
7. Nora Iriarte – Cramele Recaş (Timisoara, Romênia)
Nascida em Pamplona, na Espanha, Nora Iriarte formou-se na Universidade de Bordeaux em 1997, e logo se tornou uma enóloga famosa na região. Trabalhou com os Chateaux de Fleur de Petrus, a Bodegas Rioja LAN, a Princesa de Viana e a Casella Wines, antes de se juntar à Recaş Wine Cellars em 2009.
Experimente: Sole Shiraz Fetească Neagră 2015
8. Izabella Zwack – Dobogó (Tokaj, Hungria)
A vinícola Dobogó, fundada em 1869, está bem no centro de Mád, em Tokaj, na Hungria. Izabella Zwack reconheceu o potencial da região para vinhos serenos e doces e optou por investir na vinícola, mais conhecida pela produção orgânica das variedades locais Furmint, Harslevelu e Muscat Lunel.
Experimente: Tokaji Aszú 6 Puttonyos
9. Louisa Rose – Yalumba (Austrália)
Durante seus 22 anos de carreira na vinícola Yalumba, localizada no Sul da Austrália, Louisa Rose vem forjando uma identidade para a rara uva australiana Viognier e desafiando as percepções de Barossa Shiraz. Com um diploma em física, seu plano inicial era se tornar professora. Ainda bem que ela mudou de ideia!
Experimente: Yalumba Y Series Viognier 2016 South Australia
10. Eva Fricke – Eva Fricke (Keidrich, Alemanha)
A alemã Eva Fricke foi, por muito tempo, enóloga em Leitz, uma das vinícolas mais conhecidas da região de Rheingau, na Alemanha. Em 2006, ela resolveu começar sua própria produção em Leitz. Atualmente, Eva desenvolve um trabalho orgânico com as uvas Rieslings em Keidrich e em Lorch.
Experimente: Rheingau Riesling Selected 2016
E, então? Você já experimentou algum desses vinhos ou conhece outro rótulo produzido por essas enólogas?
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