Entre os diferentes tipos de vinhos, qual é o seu predileto? Se a sua resposta é vinhos tintos, o artigo de hoje é especialmente para você. Mas, claro, os entusiastas que estão começando a apreciar a bebida também vão ficar maravilhados com a pluralidade dos vinhos tintos. Dos leves aos encorpados, dos jovens aos envelhecidos, sempre há um tipo perfeito para o paladar e para cada ocasião. Vamos conferir?
Tudo começa com as uvas. As uvas certas precisam ser colhidas no momento certo – nem muito verdes, nem maduras demais. Afinal, você consegue fazer um vinho ruim com uvas boas, mas não um bom vinho com uvas ruins! E são as uvas tintas, de cascas avermelhadas, roxas ou azuladas, as protagonistas da fabricação dos vinhos tintos.
Lembre-se de que vinhos tintos finos são produzidos com variedades de uvas da espécie Vitis vinífera, também conhecidas como uvas europeias. Entre as mais conhecidas, estão: Aglianico; Barbera; Cabernet Franc; Cabernet Sauvignon; Carmenere; Gamay; Grenache (Garnacha ou Cannonau); Merlot; Nebbiolo; Pinot Noir; Primitivo (Zinfandel); Sangiovese; Syrah (Shiraz); Tannat; Tempranillo.
É no momento da fermentação em que os vinhos tintos se diferenciam dos brancos. Vinhos tintos são fermentados juntos com as cascas, enquanto vinhos brancos são prensados e têm seu mosto ou suco separado das cascas logo após o esmagamento, antes de seguir para fermentação. É por esse motivo que podemos encontrar vinhos brancos feitos com uvas brancas ou vermelhas.
No caso dos vinhos tintos, as cascas são mantidas por algum tempo no mosto com o objetivo de conferir coloração e intensidade de sabor. Esse processo é chamado de maceração, onde ocorre a extração dos compostos contidos nas cascas, sementes e engaços da uva, como compostos fenólicos, antocianina e tanino. Quanto maior o tempo da maceração, mais intensos os resultados.
O corpo dos vinhos (peso, volume ou estrutura percebidos no paladar) é resultado de uma combinação de elementos naturais presente nas uvas somados às técnicas de vinificação utilizadas. A concentração de taninos, elevação alcoólica, níveis de acidez, amadurecimento em barris, entre outros fatores, contribuem para a estrutura final da bebida.
Apresentam pouca estrutura, cor vermelha pálida e, na maioria das vezes, intensos aromas de frutas vermelhas. Geralmente são mais ácidos, menos tânicos e com menor teor alcoólico. Entre as uvas mais conhecidas e apreciadas que, geralmente, originam vinhos mais delicados e menos encorpados estão: Bonarda; Cinsault; Gamay; Grenache (Garnacha); Pinotage e Pinot Noir.
Vinhos deste estilo são perfeitos para harmonização de uma variedade de pratos leves que acompanham molhos com certo nível de acidez, como queijos moles, pizzas com cogumelos, peixes, massas e pratos leves com carnes brancas.
Os mais famosos exemplos de vinhos tintos de corpo leve são o Beaujolais e o Pinot Noir da Borgonha.
Vinhos tintos de corpo médio nos presenteiam, na maioria das vezes, com intensos aromas de frutas vermelhas e apresentam no paladar menor carga tânica e acidez moderada. Uvas das castas Barbera, Cabernet Franc, Carménère, Mencía, Merlot, Montepulciano, Negroamaro e Sangiovese dão origem a excelentes exemplares.
São muito versáteis em termos de harmonização e têm a vantagem de combinar com, praticamente, os mesmos pratos indicados para os tintos leves e também para os tintos encorpados, como diversos tipos de queijos, pizzas, massas, carnes brancas e vermelhas e até mesmo comida mexicana.
Os italianos Chianti e Valpolicella, assim como o francês Côtes du Rhône destacam-se entre os vinhos tintos de corpo médio.
São os vinhos robustos e intensos, de grande estrutura no paladar, preenchendo completamente a boca. Apresentam aromas primários de frutas negras e níveis elevados de taninos e álcool. São produzidos perfeitamente com uvas Cabernet Sauvignon, Malbec, Mourvèdre, Nebbiolo, Petite Sirah, Syrah (Shiraz), Tannat, Primitivo (Zinfandel) e Tempranillo.
Por serem mais marcantes, esses vinhos têm harmonização mais limitada e requerem pratos de sabores também intensos para que a potência do vinho não encubra e apague por completo o sabor dos alimentos. Queijos duros, corte gordurosos de carnes vermelhas, carnes de caça, por exemplo casam perfeitamente com esses vinhos.
Experimente Brunello di Montalcino, Barolo, Bordeaux (Medoc) e Châteauneuf-du-Pape.
Você sempre se pergunta por quanto tempo pode guardar um vinho? Bom, tudo depende de uma série de fatores, como concentração, acidez, taninos, vinificação etc. Mas saiba que, basicamente, a grande maioria dos vinhos tintos são feitos para serem consumidos jovens, para que suas características sejam aproveitadas ao máximo. Ou seja, entre o terceiro e o quinto ano de produção. Mas há exceções à regra, como os grandes tintos de Bordeaux, Brunello di Montalcino, Rioja, que podem sobreviver facilmente por dez, 30, 50 ou até mais anos.
De maneira geral, vinhos tintos são servidos em temperaturas que variam entre 15 e 17ºC.
Existem dois tipos de taças: a Bordeaux e Borgonha. A taça Bordeaux, maior e mais estreita, é recomendada para os tintos médios e encorpados, de preferência, os de taninos elevados. Já a Borgonha, de bojo largo, permite maior contato da bebida com o ar, facilitando a liberação dos aromas, principalmente de vinhos mais delicados.
Ficou com vontade de apreciar um vinho tinto agora? Qual tal escolher um rótulo agora? Qual seria a sua escolha?