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Qual é a diferença entre vinho reserva, reservado e gran reserva?

Vinho reserva e gran reserva: você tem ideia do que eles realmente significam? A diferença entre os termos pode parecer pequena, mas, quando se trata da qualidade dos vinhos, ela é bastante significativa. Então, chega de confusão! Entenda o que essas palavras significam e nunca mais troque gato por lebre.

Antes de mais nada, é preciso saber que o emprego desses termos varia conforme o país produtor. Então, vamos começar pela Europa. A Espanha e a Itália possuem uma legislação que regulamenta especialmente a produção de vinhos. Por lá, o uso da nomenclatura é fiscalizado e sua aplicação indevida é punida. A indicação de um vinho reserva ou gran reserva é complexa e varia de acordo com o tempo de amadurecimento em madeira e envelhecimento em garrafa, o tipo de uva e, em alguns casos, até mesmo a graduação alcoólica.

Um vinho reserva espanhol, por exemplo, somente recebe essa classificação se for envelhecido por três anos, sendo o primeiro ano em barris de carvalho e os dois seguintes na própria garrafa. Para ser rotulado como gran reserva, ele deve descansar, no mínimo, cinco anos, sendo dois em barris de carvalho. Isso considerando os vinhos tintos. No caso de vinhos brancos e rosés, o período de envelhecimento é de, pelo menos, dois anos, passando seis meses em barris.

Já na Itália, o tempo mínimo de amadurecimento e envelhecimento é determinado pelo órgão regulador de cada tipo de vinho e região. Em Piemonte, no norte do país, para que um Barolo seja indicado como Riserva ele precisa ter cinco anos de envelhecimento, com, no mínimo, três anos em barricas de carvalho. Ou seja, um vinho da safra 2018 só estará disponível para comercialização em 2023. Em Chianti, na Toscana, na região central da Itália, um Riserva deve ser envelhecido por 27 meses e ter um teor alcoólico mínimo de 12,5%.

Nos demais países do Velho Mundo, não há regras pré-estabelecidas para a denominação dos vinhos. No entanto, quando os produtores portugueses estampam as indicações Reserva ou Reserva Especial em seus rótulos é porque, de fato, as bebidas são diferenciadas. O mesmo acontece na França, onde as os termos Cuvée” e Reserve asseguram uma bebida superior ou um lote especial.

América Latina e Brasil

Do lado de cá do oceano Atlântico, países como Chile, Argentina e Brasil não possuem legislação que regulamente a classificação de um vinho reserva, reservado ou gran reserva. Assim, a aplicação desses termos segue o critério exclusivo de cada produtor. Desse modo, um vinho tratado como reserva por uma vinícola pode ser completamente diferente de outro na mesma região.

Além disso, uma vinícola pode utilizar o termo Reserva Especial, por exemplo, classificando um vinho cuja produção é totalmente diferente dentre os demais de sua marca.

Mas uma coisa é certa nesses países: o termo reservado só serve para confundir a cabeça dos consumidores. A nomenclatura é comumente destinada aos vinhos de entrada das vinícolas, os mais simples, frutados, sem a complexidade de passar pelo estágio em barril de madeira e o envelhecimento em garrafa. Eles normalmente são produzidos em grande quantidade e prontos para o consumo.

O resultado reflete no preço, pois são os exemplares mais baratos encontrados no mercado.

Já o termo reserva refere-se ao vinho que é produzido com mais cuidados, desde a seleção das uvas ao processo de vinificação. Grande parte dos exemplares que trazem essa especificação passam por barris de carvalho, embora isso não seja uma regra. De qualquer forma, a palavra indica qualidade superior aos vinhos reservados.

Tudo é uma questão de qualidade. Para resumir, podemos dizer que tudo começa com os vinhos de entrada das vinícolas, o reservado. Na sequência, conforme aumenta a complexidade de critérios no processo de produção e vinificação, encontramos os vinhos varietal, reserva, reserva especial, gran reserva, edição limitada, entre outros.

Descomplicou? De qualquer forma, a dica é escolher vinhos conforme indicações ou degustar, se possível, antes da compra. Desse modo, consegue- se avaliar a complexidade de sabores e aromas e apreciar produtos com rótulos que realmente merecem os títulos.

Você tem algum vinho reserva, reservado ou gran reserva na sua adega? Compartilhe nos comentários quais são os seus favoritos e quais os melhores lugares para comprar.

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Escrito por Bruno Hermenegildo

Bruno Hermenegildo é Sommelier International, formado pela FISAR (Federazione Italiana de Sommeliers), outorgado com o grau de Wine Master nas regiões do Piemonte e Toscana (Itália), graduado como Advanced pela Wine&Spirits (Londres) e também graduado em Gastronomia. Bruno é membro da Confraria dos Sommeliers de São Paulo, a mais concorrida confraria profissional do Brasil.

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