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Conheça os vinhos de corte!

Written by Bruno Hermenegildo | 16/set/2015 15:05:06

O universo dos vinhos é cheio de possibilidades deliciosas, e uma delas é a de combinar diferentes uvas para criar novos sabores. Essa prática é conhecida como assemblage, ou corte, e consiste em mesclar certas uvas em certas proporções, combinando o melhor de cada uma e dando origem a rótulos incríveis.

Diferente dos varietais, que são os vinhos feitos apenas com uma uva, ou com a predominância de uma, os vinhos de corte apresentam misturas que vão fazer o seu paladar vibrar! Quer dar uma variada nos rótulos da sua adega? Conheça agora alguns dos cortes mais famosos do mundo!

Corte Bordalês

Originário da região de Bourdeaux, na França, essa combinação já é um clássico entre os vinhos de corte. Unindo a estrutura da Cabernet Sauvignon, o frescor e o aroma das notas frutadas do Cabernet Franc e a maciez do Merlot, o corte bordalês dá origem a rótulos especiais, com sabor equilibrado e inesquecível. É típico do seu país de origem, mas a mistura já é reproduzida em outras regiões produtoras, como a Itália, Austrália e Estados Unidos (mais especificamente na Califórnia).

Corte GSM

A sigla GSM indica as três uvas tintas que se combinam nesse corte: Grenache, Syrah e Mourvèdre. É típico dos vinhos da região sul do Vale do Rhône, como Côtes du Rhône e Châteauneuf-du-Pape, que complementam o assemblage com algumas uvas locais. Esse corte resulta em vinhos muito frutados, macios e com corpo robusto, dispensando a guarda e podendo ser tomados ainda jovens. O corte GSM é muito comum na produção da Austrália e da Califórnia.

Corte australiano

Surgido nos anos 1990, esse corte mescla as uvas Shiraz (Syrah) e Cabernet Sauvignon. Não é à toa que o corte australiano conquistou o paladar dos apreciadores em todo mundo, pois o resultado dessa combinação é um vinho delicioso, muito frutado e com taninos agradáveis. Há ainda uma versão branca do corte, combinando a Chardonnay com a Sémillon.

Corte alentejano

Para quem costuma experimentar rótulos e variar a adega, já sabe que o Alentejo tem uma produção riquíssima de rótulos memoráveis. A maior região de Portugal também tem o seu corte típico, que pode variar bastante na combinação. Os clássicos alentejanos, normalmente, contêm as uvas Aragonez (Tempranillo), Trincadeira e Alicante Bouschet, mas já existem muitas variedades, como a Touriga Nacional e a Castelão — presença indispensável nos vinhos mais jovens e frutados.

Corte duriense

O delicioso corte do vinho do porto, porém em um vinho de mesa. Típico dos rótulos da região portuguesa do Douro, bastante visados hoje em dia, o clássico corte duriense mescla Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz (a mesma Tempranillo), Tinto Cão, Tinta Barroca e Tinta Amarela (Trincadeira no Alentejo). A alta porcentagem de Touriga Nacional dá mais elegância e requinte ao corte, resultando em um vinho muito equilibrado, com taninos estruturados e bom corpo.

Corte champenoise

Como o nome já indica, esse é o corte da região de Champagne, na França, que produz espumantes desejados e apreciados por todo o mundo. A mistura leva a Pinot Meunier (uma uva que só existe na região), Pinot Noir e Chardonnay. Os espumantes mais delicados são aqueles que têm mais Chardonnay, enquanto os mais encorpados têm mais Pinot Noir na mistura.

Corte supertoscano

Esse corte não é reconhecido oficialmente pelo sistema de classificação dos vinhos italianos, mas é uma verdadeira joia para qualquer amante dessa bebida. Surgiu ainda na década de 1970, quando os produtores da região começaram a criar algumas misturas para produzir vinhos de melhor qualidade usando a uva "do Chianti". Mas o purismo do regulamento não permitia que eles fossem rotulados como Chianti, pois as proporções não atendiam às regras. Eles ganharam, portanto, o título de Vino da Tavola (ou vinho de mesa), que era o patamar mais baixo da classificação, apesar de serem vinhos extraordinários. Por isso, para diferenciá-los dos demais, os críticos começaram a identificar esses vinhos como Supertoscanos.

Esse corte mescla as uvas Sangiovese, Cabernet Sauvignon e/ou Merlot. A Cabernet, como sempre, é responsável pela estrutura e os taninos, enquanto a Sangiovese agrega grande acidez e a Merlot traz maciez ao corte. São vinhos excelentes para guarda.

Já conhecia alguns desses cortes? Tem um favorito? Deixe um comentário e conte para nós qual será o escolhido para o seu próximo brinde!