Por Rafaela Vidigal em 5/abr/2016 9:30:00
Não há como especificar a época e o local exato onde o vinho teve origem. O certo é que ele já existia na Antiguidade e era muito utilizado na Grécia Antiga e no Império Romano. Os gregos iniciaram o cultivo de uvas ao longo da costa do Mar Mediterrâneo.
Conforme exploravam o território, eles levavam mudas de vinhas para as novas terras conquistadas, como a Marselha, que viria a se tornar parte da França. O Império Romano também adotou esta prática como forma de impor seus costumes e sua cultura aos povos conquistados.
Foram eles que levaram videiras para a Germânia, atual Alemanha, e Gália, que compreende Bordeaux, grande região produtora de vinhos na França, entre outras localidades. Entretanto, foi somente na Idade Média que a bebida teve sua ascensão, sendo disseminada entre a população. A Igreja Católica teve papel importante nisto.
Marcada pelo fim do Império Romano, a Era Medieval teve como principal nome Carlos Magno, que ajudou a organizar o território europeu que estava fragmentado após a queda romana, promulgando leis. Entre elas, regulamentou o cultivo de uvas e a produção de vinhos, ordenando cultivar vinhedos em áreas específicas. Ele mesmo possuía terras com uvas cultivadas. A Igreja Católica também possuía muitas terras, além de recursos para manter vinhedos e a produção de vinho, especialmente em seus mosteiros.
A Igreja Católica e o vinho
Assim que o Imperador Constantino se converteu ao Cristianismo, o Império Romano criou a Igreja Católica Apostólica Romana a fim de expandir o domínio religioso na Europa. Uma vez que o vinho é parte das cerimônias católicas, os religiosos continuaram o cultivo de uvas e a fabricação de vinhos. Inclusive, aperfeiçoando os processos de produção. Foram os beneditinos e os franciscanos, além de outras ordens católicas, que disseminaram a cultura do vinho quando se espalharam pela Europa.
Nos mosteiros, a produção de vinho era voltada para atender os rituais eucarísticos e os clérigos. O excedente era comercializado nas cidades e também para a nobreza e a população. Para a Igreja, o vinho adquiria caráter divino quando era consagrado como sangue de Jesus. Sem consagração, era uma bebida que todos poderiam beber.
O vinho e a saúde na Idade Média
Durante a Idade Média era costume misturar um pouco de vinho à água, a fim de higieniza-la, uma vez que não era seguro consumi-la. Além disso, nesta época, acreditavam que as bebidas alcoólicas, como vinho e cerveja, possuíam propriedades nutritivas, digestivas e curativas. Com isto, também eram receitadas pelos médicos medievais. Assim, eram bastante consumidas pela população.
Vinhos do Velho Mundo que preservam a tradição
A região de Chianti, na Toscana, situada no centro da Itália, possui vinícolas que surgiram na Idade Média e perduram até hoje. A mais antiga é a Barone Ricasoli, cuja produção da bebida iniciou em 1141. Portanto, é possível degustar vinhos com tradição quase milenar. Os vinhos Chianti são os mais tradicionais da Toscana. O Chianti Clássico possui corpo leve e de intensidade média, mais acidez, além de notas florais e frutais de violetas e frutas vermelhas. As uvas tintas das variedades Canaiolo e Sangiovese e a branca Malvásia Bianca compõem a mistura que dá origem aos vinhos da região de Chianti.
Os Deuses do vinho e outros mitos
Na Grécia Antiga, Dionísio é o Deus do vinho. No Império Romano, a bebida tem Baco como o seu Deus. No entanto, o vinho possui outros deuses e mitos ligados a outras civilizações e cultura. No Egito Antigo, o vinho estava ligado a Osíris, Deus da Agricultura e da Vida após a morte, e a Deusa do Amor, Hator. Estes também viam a bebida como o suor do Deus do Sol, Rá, e as lágrimas do Deus Criador, Hórus. Já na Bíblia cristã, no livro do Gênesis, consta que Noé é o responsável pelo plantio da primeira vinha no mundo, logo após o fim do dilúvio.
Interessante ver a importância que do vinho no decorrer da História, não é mesmo? Que tal compartilhar este texto nas redes sociais e disseminar a informação?
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